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Bem Vindo ao Meu Cantinho, Volte Sempre!

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Não há como saber aonde eu termino e começa você!


Senti uma saudade imensa de falar e escrever sobre nós, não tinha certeza se lhe enviaria esta carta, nem se só escreveria  para esvaziar meu peito. Sei que hoje tudo é mais rápido e que você está tão perto, mas gosto de lhe entregar  um papel, algo como  meu cheiro entende? Sei que nada do que direi será novidade.. mas enfim ....

 Não consigo precisar o quanto de mim que é seu, tudo é tão interligado que não seria eu se você não estivesse  na minha vida. Muito do meu ser é seu e  não há como saber aonde eu termino e  começa você. Esta faisca começou tão simples, lenta e calmamente que nem era possível imaginar que esta chama seria  tão grande e avassaladora como tem sido. Não me interessa as dores quase incuráveis do tempo, quando estais aqui tudo é singelo e tranquilo . Não digo que a vida é sem tristezas, nem que a perfeição humanamente imperfeita do " nós "extingue a escuridão do mundo, mas afirmo que teu sorriso ilumina meus dias.

Eu sei que as coisas mudam, o próprio  mundo não é estático e por isso nada impede que um dia cada um nós tome rumos diferentes. Sei que se assim for  meus dias serão tão taciturnos, escuros e frios como uma noite inverno europeu. Sei que meus galhos perderão todas as folhas, mas tudo que vivemos é tão bonito que compensaria , mesmo  que só  na primavera as flores voltassem a desabrochar dentro mim. É eu sei, beiro ao bucólico quando te escrevo, mas é incontrolável só na natureza encontro inspiração para exprimir o que sinto, só nela vejo algo semelhante a beleza do que existe  quando estamos juntos.

Por: Jél Lourenzo

sábado, 23 de julho de 2011

Não sei  como será o meu terreno no futuro
Se haverá um solo forte para eu  fixar-me e produzir algo maduro
Se a água será suficiente para que eu hidrate a minha alma e  sinta-me seguro

Os caminhos são tão incertos e  saber se haverá vida no amanhã não é possível
 Não há como saber se o vento soprará ao meu favor e se  poderei tocar o intangível
Nem se no meu rosto o rubor do amor será perceptível

Quero  aventurar-me por novas terras e descobrir novos lugares
Quero respirar uma nova vida e renovar  meus ares 
Quero tomar decisões inusitadas e não me amedrontar se eu precisar passar por desconhecidos vales.  

Por: Jél Lourenzo

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Lei seca ou molhada?


As estatísticas não mentem! O “trânsito" mata milhares de pessoas por ano no Brasil. Em se tratando de um país onde predomina o transporte rodoviário, esse dado é preocupante.  Se você pensa que esse é um "privilégio” dos imprudentes, está completamente enganado, pode acontecer com qualquer um e a qualquer momento. Basta estar no lugar e hora errados.
A lei seca foi uma  das medidas preventivas mais interessantes de que tenho nota, todavia o que vemos todos os dias são motoristas ''molhados''. Quando um cidadão que volta para casa com sua família  é atingido e morto por uma pessoa alcoolizada., esta  é  a maior prova que este motorista  construiu contra si mesmo. Se uma pessoa incapaz de conduzir um veículo toma a decisão de fazê-lo, está ai outra prova de que não pode viver em sociedade.
 Gostaria de entender  porque sabemos sempre quem vence e  porque as brechas na lei continuam a fazer da nossa nação um lugar conhecido como " uma terra sem dono ". Será que ainda vivemos a lei do mais forte? na verdade quem perde é quem morre . Se o culpado vive, às vezes não chega a perder nem a carteira de habilitação. O que vejo é que só os mais adaptados sobrevivem. São tantos recursos e apelações que quem tem bons advogados nem se intimida com as blitlizes. Ao serem parados apenas seguem a instrução de não produzirem provas contra si mesmo. Muitos são liberados imediatamente, alguns vão para delegacia e depois advinha?  Liberados também.
 Eu te pergunto, você conhece alguém que responde por crime doloso no trânsito? Eu não. Mas alguém que já morreu no trânsito, acredito que todos conhecem. Se ontem foi o vizinho, amanhã  pode ser um amigo e talvez o próximo seja você. Eu espero que não, por isso se a lei nao funciona, faça a sua parte e incentive as pessoas ao seu redor. É melhor atrasar do que nunca chegar..


Jél Lourenzo

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Carta de Caio



Meu nome é Caio F.
Moro no segundo andar,
mas nunca encontrei você na escada.

"Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia – eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas. Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver.

Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como – eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto – preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio – tão cansado, tão causado – qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho.
Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios – que importa? (Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio – viria? virá? – e minto não, já não preciso.) Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida.
Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido.
Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã."
Caio Fernando Abreu, 1987

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Um novo eu

Às vezes quando olho para o passado, percerbo o quanto é difícil enxergar e definir tudo aquilo que eu fui e não sou mais. É estranho perceber  que não sou  aquela pessoa que você conheceu um dia. Quando me olha andando pelas ruas, vejo que  seu coração sente  que me conhece  e até tento me reconhecer dentro daquilo que você julga ser eu, mas o meu novo eu  é tão complexo e  novo a cada dia, que se você conseguisse ver dentro mim eu te pareceria um desconhecido.

A verdade é que dentro  daquilo que um dia foi nós, restou muito pouco, pois depois que passamos a ser eu e você separados e distantes, o nós deixou de existir.  Com certeza restaram muitos nós para desatar, acredito que mais em você do que em mim, mas o melhor da vida é saber continuar e todo fim é sim um recomeço. Vivo com a certeza que não sou mais o mesmo e nem pretendo ser esse meu atual eu por muito tempo, meu velho eu morre todos os dias e dele só fica o que é bom, deixando espaço para o novo,  porque mudar é preciso.

Jél Lourenzo