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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lembranças da Infância



Laura chegou do trabalho costumeiramente cansada, colocou a bolsa em cima da mesinha do quarto, tirou os sapatos, encostou a cabeça em uma almofada colorida que estava no sofá e aos poucos, lentamente foi fechando os olhos e ali mesmo onde estava sentada começaram a surgir lembranças da infância, ela não sabia se estava sonhando ou pensando. Lembrou-se dos muitos amigos que teve e da dor deixá-los. Mudou-se para outra cidade onde sua casa era a única da rua. Ela contava as horas para ir a escolar fazer novas amizades, os meses foram se passando e novos vizinhos foram chegando. Ela conheceu Júlia, uma menina linda de olhos verdes e rosto iluminado por seus cachinhos loiros, ela era muito falante e Laura extremamente tímida.. Lembrou-se da primeira conversa
-Oi eu sou a Júlia, quer brincar?
-Oi
-Você mora aqui?
-Moro
-Minha mãe encheu a  piscina  quer nadar?
Laura não tinha biquíni, mas insistiu para que a mãe a deixasse brincar com a nova amiga, então usou um maiô velho que sua prima havia esquecido em sua casa. Era uma piscina de plástico que Júlia tinha no fundo do quintal. Elas brincavam sempre. Júlia era mais nova, mas Laura não se importava, ela tinha muitos brinquedos e Laura só tinham alguns. Lembrou-se do aniversário de oito anos de Júlia, da decoração e do bolo que eram cor de rosa, dos presentes que ela ganhou principalmente de uma boneca com a qual Laura sempre sonhou... Havia muitas crianças na festa e Laura sentiu ciúmes de Júlia, pois ela não podia dar atenção somente a ela.
Laura abriu os olhos devagar, não sabia se havia sonhado ou pensado em Júlia, levantou pegou uma foto, já bem velha, em cima de mesinha, foi até o guarda-roupa pegou sua boneca Emília e abraçou bem forte e uma lágrima rolou do seu canto esquerdo do rosto dela. Lembrou-se que aquele dia fora a última vez que a viu, ela morreu tragicamente dias depois, atropelada por um caminhão enquanto andava em sua bicicleta rosa..

Na verdade não foi assim que  lembrei-me dela, lembro-me  sempre, apenas quis poetizar essa lembrança. Sim sou eu e não Laura, ela também não se chamava Júlia e sim Juliana. Eu não tenho mais a boneca Emília que foi dela, afinal já se passaram mais de dez anos, mas todos os dias  lembro-me do vestido branco com flores coloridas que ela vestia quando já estava sem vida, lembro-me de colocar a mão em sua mão me despedindo. Eu tinha dez anos, fiz uma cartinha, coloquei na caixa de correio da casa dela, eu não entendia nada sobre a morte, mas sabia que ela jamais leria aquela carta. O nome da carta? Saudades de Juliana.


por: Jél Lourenzo

4 comentários:

  1. É sempre triste ver a morte de alguém em tenra idade.
    Também já passei por situação parecida com um amigo aos 13 anos.

    Só a fé em Deus para consolar-nos e a certeza que, se isso aconteceu, certamente existia um desígnio que ainda não nos cumpre compreender de totalmente.
    Afinal, nada acontece sem que Ele saiba.

    Ah, apenas um detalhe.
    Sua amiga sabe o que você escreveu na carta pra ela.
    Pode ter certeza disso!

    Um beijo.

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  2. 'E quando nosso coração está despedaçado, quebrado, ele habita conosco, porque quem nos consola é Deus...'
    Nunca passei por uma situação dessa, mas posso imaginar como foi a sua dor. Concordo com Bruno, pode ter certeza que ela leu a sua cartinha.
    Beijos querida...!

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  3. Que lindo, gente! Amei!

    Beijos. Stephanny Torres!
    http://www.mascotinhadamoda.com

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